terça-feira, 30 de março de 2010

Barragens

Sei que escrevo muita merda
Conheço e desconheço as métricas
Podem chamar de poema, poesia
Engedrada na mente
Expelida pela mão
Palavras em vão
Tentam transbordar sentimentos
Mas meu único ressentimento:
A rima fácil
Parece criação de menino
Que sou e tento esconder

Elaborando grandes idéias num vocabulário restrito
Cerceado pela linguagem
Desaguada pela vontade
De estourar ao menos uma barragem
Libertar o fluxo infinito das coisas
Sabendo que nosso Brasil
Não precisa mais
De mundos d'água

Sobrepondo tradições
Afogando as vidas de Javé
De tantos Zés, e Marias
Tendo como maior patrimônio
A história da lida
Essa sim
Vale a pena ser escrita
Já que são tantas as terras prometidas
Promessa de que da terra
Não se barram as vidas.

Um comentário:

  1. existem coisas que não se embarreiram a não ser que de barro da terra...
    valeu hermanO!

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