terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Reflexões Póstumas

No velório silencioso
Mãe e filho choram
Ele foi um homem de bem
Honesto, trabalhador

Quando da sua morte
Acomodado foi-se embora
E foi isso o que ficou

Pacato nas reações
Simples nas ações
Comilão e dorminhoco (do resto um pouco de diversão)

Um homem de calças jeans
Nunca angariou o cargo de comandante
Comandado era, muito obrigado!

Viveu a vida que seu posto lhe proveu
Refletido sem distorção
Aceitou a condição? Sim e não.

Disposto a viver algo que nunca chegou, ele lutou
Mas a força foi maior e o castrou
Com o rabo entre as pernas
Teve pena do pobre moribundo

Tomou a cerveja gelada de domingo e dormindo viajou.

domingo, 28 de novembro de 2010

Facção Bipolar

É um momento histórico. Descobri que o Bem vem armado até os dentes.
Ele se faz onipotente, correndo para cima de uma gente sem pudor.

'Quando ele nasceu, veio de berço imundo.
Maltratado pelo mundo, seu negro lado vagabundo encontrou no Mal um porto (in)seguro.
Nesse abrigo hostil, todos que não o enxergavam agora sabem o que é respeito pela força. Ele tem o poder que cega.
Impondo seu direito fez a vida num cano, canudo vendido.
Ele faz o que ninguém quer fazer. Não é permitido.

Mas o mercado é grande e não vai parar, quando gatilho sacro atira e mata, nasce outro moribundo em seu lugar.
O doutor, o juíz, o delegado, o bicho-grilo, o mal amado tem necessidade de pirar.'

Nessa briga secular, o medo e a faixa/faca na caveira amarram o bom cidadão no seu barraco pegando fogo no dia de domingo.

O jogo da guerra continua lucrando, ora para lado, ora para outro.

"Mas enquanto o mundo explode" a senhora dona de casa apenas ora para que tudo isto acabe e seu filho arrume um bom emprego.

Ela acorda cedo, vê tevê dormindo acordada, com medo de tudo e de nada
Paranóia.

sábado, 13 de novembro de 2010

Alienação Cidadã.

Me parece que a esperança alienada dos corações e dos trabalhos intelectuais se resume numa nova prática acadêmica, sem práxis.
Nela, a reprodução sistemática de idéias tem falso valor de criação individual.
O aporte teórico se torna a verdade que o iniciante "comédia" tem que seguir para se adequar ao discurso dos sábios anacrônicos ou dos ditos eruditos revolucionários.
Porém, o desrespeito a criação livre e a possibilidade do erro como forma de crescimento (se tornou motivo de chacota e desprezo), simboliza a idiotia estudantil movida por interesses capitais e a forte tendência de hierarquização do conhecimento.

A formação cidadã e inclusiva hoje é um mito na Universidade. Existem sim, focos de resistência e de luta, e algumas "oportunidades", expressão tão bem usada pelo discurso dos nossos futuros senhores (?), que tentam, assim como a construção midiática de democracia, desviar os olhares do povo para melhorias de real importância na nossa sociedade proibida.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Três em Um

RUPTURA, CONTINUIDADE, MUDANÇA (?)
MUDANÇA (?), RUPTURA, CONTINUIDADE
CONTINUIDADE, MUDANÇA (?), RUPTURA ( não altera o produto).

todos dizem a mesma coisa.

políticas públicas, (transa)ções econômicas, bancada ruralista.

Três vezes igual na diferença muito próxima do que foi e não é sem ter sido.

Pacote completo para a saciedade histórica, três em um.
Resposta:
COMPLEXO > GRADUAL > PAGA-PAU.

Competência no poder e na empresa do trabalho, PRODUTO FINAL: Unidade de valor! Esfera tão singular, que nela cabem os anseios da vida dos homens de bem.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ei, Comparsa.

ACENDERAM-se as LUZES da Reitoria, presidente veio lhe falar meu povo ..

Me lembrou o Renascimento florentino, uma pintura de Francisco de Holanda, com a sua chama da religião sempre acesa a iluminar o novo ..

Essa nova luz, branca, tudo vê (com o auxílio dos olhos mecânicos), DEMOnstra que as atenções não estão voltadas a reflexão .. eles te cobram algo, uma conduta ideal ..
São novos tempos ..

Pensando bem, no curso da história, nossa bela faculdade mais me parece um ducado francês, com feudos que muito prosperam e outros que ouvem os martelos ao se sentar na sala ..

A oportunidade federal, formação acadêmica .. era isso que quem não tinha tem, o quê?

(Enquanto isso, no dia-a-dia ventiladores voam nas cabeças, correntes d'água explodem pelos maus tetos, feitos com a pressa que a fome tem e mais, a necessidade de se fazer o grandioso)

A sensação de se fazer parte de uma grande coisa - não necessariamente boa, ainda não convenceu o sol de meio dia e seu ardor quando reflete no chão claro e sem sombras - enaltece a moral de quem não sabe por que simplemente ouviu uma história mal contada mil vezes ...

(Me passou pela cabeça que o novo prédio que abrigará o Instituto de Ciências Humanas parece um hospício para loucos .. e a primeira fase do tratamento deve estar concluída - pessoas ouvem a mesma história mal contada, sem o direito de conversar com qualquer coisa mais experiente e que tenha logos, língua, vontade .. e já sobreviveu a experiência 'méritosocial' que é entrar na faculdade e saiba contar um bom causo mineiro)

L
U
D
O
V
I
C
O

Essa experiência certamente deve se enquadrar na nova intenção de formação de algum orgão que lide com esse termo tão mal falado pelas bocas governistas .. EDUCAÇÃO,

(NÃO!!!! esqueceram a contratação .. foram gastos mais de milhão ... enquanto alguns concursados tentam sobreviver à subversão)

SÃO CABEÇA SÃ ..

{Eu gosto quando afagam minha cabeça. Porém, ela tem piolho e eles me sugam o sangue o dia todo .. o afago me faz ter vergonha deles, pois quem os Vê não os tira, por nojo ou por MEDO. Eu eu me [questiono (?!)] .. até quando vou esperar que o afago me tire a dor que arranca o sangue pela cabeça?}

Para nós, resta comer um DenJuDeus para estabelecer a taxa de hormônios, colesterol, debilidade na cesta .. "tem algo que me pesa por dentro .. (salitre)"

"HEI LULA VAI NO R.U.!!!"

Andando pelas veredas que doravente deixarão passar por outros pés suas impregnâncias e relatos vivos, sinto que não suportarei um barulho de alguém dizendo que chegou sua hora ( 1º andar ) andando num ambiente herméticaos criado num susto(surto) de capital excedido.

Ele falou, quem sabe não sou eu que irei me formar, agora temos a chance?!

Me parece que fazem afago ao P(r)é-tista, com muitas luzes e suntosidade ..
Eike lhe fez sua ação de caridade!

Agora quem manda nesse ducado, tem poderes de Rei e ardor social, vai ser lançado, Pão e Circo como novo(?) candidato.

A fonte passageira das memórias não irá se esquecer das relíquias materiais deixadas pelo nosso Rei do Gado, o grande expasionista, o navegante florentino, o marechal de Caxias, o Duque sem juízes de fora ..
Eis que jaz um nome escrito na lápide da cultura ocidental.


Acho que o sonho português ainda se faz real nesse dia de hoje .. de ontem ..



(Não é mera antipatia, é patologia!)



a cultura do afago carinhoso me escalpelou o resto de com-ciência.
(nao se faz nada direito hoje, é tudo um projeto, um porvir, uma esperança neoliberal.)

Companheiro, até 2014!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pairado (O velho e o novo)

Às vezes tudo some
Fica pairado
Sensação de não voltar
Instante incerto
Espera a volta, o vento

Velho momento brisa
Espera a sua volta:
O vento que retorna
Retoma boa nova,

o velho traz o novo,
o novo move o velho.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Falsa Nostalgia

Eu ainda vivo dessa utopia
Tomo meus banhos de cachoeira
Limpando toda a poeira que antes me prendeu

Desse doce mel
Que adoça a boca, de um amargo
Endoidece o estômago

Preciso beber dessa fonte de falsa nostalgia
Esquecer os tiras
Esperando com fé
Indo a pé, inté o novo dia

domingo, 11 de julho de 2010

Do lado avesso

Quem escolheu o lado: seu agrado
Posto que sei o certo
Inquieto nesta travessura de escolher
Seu bem saber não me diz nada
O que foi feito não mais será
Se do lado escolhido
Não houver abrigo para o novo
Reescrito, do lado avesso
Que me veste o corpo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Guararapes

Vamos saber se contaram nossa história certo
Vamos rever o que existe de nosso passado
Devemos conhecer nossos heróis de perto
Tentando consertar o que aprendeu-se errado.

Quem foi o herói que libertou o homem
Foi quem lutou para não passar mais fome
Quem foi o Herói que libertou o homem
Foi quem lutou para não passar mais fome

Talvez alguém não aceite outra versão dos fatos
Que a fantasia é a mordaça da realidade
Os ídolos de barro para os insensatos
E aos verdadeiros homens, homens de verdade

Quem foi o herói que era fidalgo e nobre
Foi um barão duma rabeira pobre
Ontem foi o herói que era fidalgo e nobre
Foi um barão duma rabeira pobre

O rei, o herói, o santo, o assassino e o mártir
Foram também como nós em decadência ou glória
Da história foram eles que fizeram parte
Feito amanhã seremos nós parte da história

Quem foi o herói que era grande guerreiro
Foi quem sonhava ter fama e dinheiro
Quem foi o herói que era grande guerreiro
Foi quem sonhava ter fama e dinheiro

Vamos saber se contaram nossa história certo
Talvez alguém não aceite outra versão dos fatos
Devemos conhecer nossos heróis de perto
Foram também como nós em decadência ou glória
Quem foi o herói que libertou o homem
O rei e herói, o santo, o assassino e o mártir.

- Dorival Caymmi

terça-feira, 1 de junho de 2010

Coração Pungente

Meu Coração é demais
Demasiadamente, sente
Pulsa, incessante

É verdade
Não é matéria
Dele, nada a esperar

Do céu ao inferno
Tudo cabe
Nunca singular

Do momento, esse único
Amar, não há mar
Que não se possa navegar

Ser novo argonauta
Viver a aventura
Cortar cabeças dos dragões ocidentais

Até cansar ..

Inflexão, tangente
Chegando no seu lar
O Coração pungente, descansa, no mesmo lugar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quebra Cabeça

A última palavra que falta no meu quebra cabeça
É o vazio!
Todas as combinações possíveis, impossivéis!
Deformidade estética
Esqueceram de dar forma
Um acidente o fez cair da sua fôrma?
Incompletude, avessa.
Só o que me resta do todo que me falta nessa mesa.

Independência?

Me sinto cansado de depender de tudo que é indispensável.

Nada de novo

Hoje eu esqueci tudo que não aprendi!
Não há o novo portanto.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tapete Vermelho

Abrem-se as cortinas
Atrás de um novo mundo
Descoberto na infância
Promessa de mostrar a sua criança, a graça

Bem chegado nas instâncias
De terras amigas do homem, das sucuris, dos lobisomens
Ciência não lhe faltou em discernir
Entre o negro saber e o poder da natureza

Caiu nas graças da praça, viola para massa
Trouxe um bocado que encheu o pouco bolso

Conheceram luta de não ter
Nem filme, nem terra
Sem humor, sem fumo
Tiro no escuro (a morte)
Roubo do burro, do filho perdido

Amarrado, pela fé
Preso não ficou
Em vida de buscas
Não tem barreira que barre burro brabo

Armado, viola na mão
Caiu nas graças de Aparecida
Partiu para o mundão

Nas avenidas da vida, ouviu o pastor
Casa de Deus aluméia
Casa de cinema, Mazzaropi prega peça
Meu menino aparece


Amarrado, de novo, tinhoso
Sonho que veio
Tapete Vermelho
Rara beleza de quem passa

Sem medo de ser velho
No mundo da simplicidade, cura da braba
Certeza da graça (Mazzaropi)
Concedida pela santa Aparecida

Sem medo de ser gente
Em terras oprimidas.


- Uma singela homenagem ao filme Tapete Vermelho.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quatro Tempos

Findar, de repente
Viver, tão somente

Nascer, como um rio
Voltar, sempre vivo

Passar, escolher a paz
Ficar, não posso mais

Correr, sem poder parar
Ser, motivo maior que estar.

domingo, 25 de abril de 2010

Medo de Vacina (com a razão)

Dizem que a razão faz com que perpetuemos nossa raça na Terra. Sem ela, teriámos sido engolidos por jacarés, onças, extinção, botos cor-de-rosa (com hífen?). Com essa mesma razão, criamos leis para impedir que os homens mais fortes escravizem seus próprios irmãos; mais fracos obviamente.
Visto que hoje, num mundo globalizado, a maioria de nós tem consigo essa fórmula mágica de perpetuação da espécie; acredito que as minorias que escravizam, matam e caminham pelas cúpulas de governo, tomaram muitas vacinas contra a gripe ao longo da vida e acabaram se tornando uma suínocultura irracional e engravatada e que por mais uma contradição da existência, adoram falar de respeito e amor à natureza.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Autodefesa da razão

(Bom)Gosto musical, paixão pelo futebol, política, religião, grana, lutas ...
Escolhas que incidem numa mesma lei biológica: autodefesa.
Não temos carapaças, venenos, asas!
Nossas especificidades nos tornam assustadores, ou não.
Os instintos são a fonte da razão, alguém já deve ter dito.
A tão exaltada razão está eternamente ligada a sua raiz natural, sua base estrutural.
O discurso talvez tenha sido a proteção mais letal que o homem produziu.
Tudo é questão de autonomia, seja ela coletiva ou pessoal.

sábado, 17 de abril de 2010

Amor Repaginado

Você é minha armadura
Inspiração, cura e dor
Sinto falta da presença
Da sua cor combinante

Penso que posso
Lembrar de tudo
Mas como disse o sábio índio
O homem branco escreve livros
Pois tem memória curta

Sem você eu me esqueço
Vago pensamento voa
Querendo te encontrar
Mas se a memória me furta
Parto em sua busca

Minha loucura é te ter
Sagaz, vou te encontrar
Transmitir meu amor
E vai passar ...

Para outras mãos:
Irão te acariciar
Junto a ti querer ficar
Mas meu gene indígena
Recombinará

E novamente recobrado da memória
Ficarás na minha mente, mão e estória
Sei que não serás eternamente meu ( não te quero só)
Sua sina, paixão fraternal

Se eu partir primeiro
Fim da linha
Que leia
Não serás enfeite de prateleira

És a memória material
De um amor repaginado
Vivo, palpável
Até mesmo quando fechado
Conta os segredos, desatinos, diálogos
De um mundo novo e velho, infindável.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Quem te pagou esse mês?

Quem te pagou esse mês
Trocando seu tempo, seu sangue
Por um efêmero salário
Apenas o necessário
Para se manter de pé com alguma alegria

Pequenas ostentações
Ilusões de consumo
Desviam o menosprezo do dia-a-dia

As mãos contam as notas
O rendimento foi satisfatório
Pago o imposto do importado
Viajo para Búzios no feriado
Sofro com as catástrofes
Ajudo a minha vida
Minha herença, meu patrimônio
Conquistado com muito suor ( alheio)
Mas eu creio, sou honesto
Pago em dia, sem acrescímos
Sigo as regras de mercado
Não dou moleza ao empregado
Hoje ele é bem remunerado
Tem muitos nas ruas, desempregados

Ninguém sabe a verdade
Uma face consumidora
Outra consumida
Apenas peças de um jogo
Muito maior
Mais que o tempo de uma vida perdida

(Re)acionando os alarmes
Cercando seus vales, campos
Respirando o ar, condicionado à um mundo desigual
Com oportunidades iguais
É claro!

Seja escravo
Porque sua hora vai chegar
Não queira se acostumar com a verdade
Veja a novela "das oito"
E sinta-se em casa
Sua casa
Onde os artistas,estrelas
Fazem uma caridade
Sincera bondade
De falsos corações

Seu dinheiro é sujo, manchado
De mãos podres que não mereçem seu trabalho
Acostume-se a lutar por liberdade
Ou fique preso numa cadeia sem grades.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Han Fei

Um "ressabiado" chinês disse que o início do mal é o núcleo natural.
Confiança é anormal: tratamento de mero instrumento racional.
Amam-se as conveniências, o lucro.
Ele conhece o Tao, e fez dele tal selvageria, que semelhante a um martelo, cravou um prego que cisma em infeccionar os corações mecânicos.

Grande Certeza

Nenhuma grande certeza
Cabe dentro de uma dúvida:
Que é viver
Tudo é saber ...

Andando pelas curvas
Boiando em águas turvas
Vivendo na psicodelia
Descubro que não há descoberta
Que não esteja encoberta em interrogações

Divagações surgem
Crescem ramos e caminhos
Mas quando se encontra sozinho
Que brotam os sonhos mais profundos
Loucuras, utopias
Que o o cotidiano e o pragmatismo
Tiram a cor e sabor

Uma légua de insondável sertão
Distanciam os caminhos do coração
Que sofre e sabe
Quando não cabe: a vida
A única saída
É voltar do sertão
Em meio as muitas veredas
Se encontrar com Deus e o Diabo
Ainda sem achar o derradeiro resultado

Somente a desconfiança
Que é o motor do grande sábio
E a resposta mais próxima
Da dúvida.

terça-feira, 30 de março de 2010

Barragens

Sei que escrevo muita merda
Conheço e desconheço as métricas
Podem chamar de poema, poesia
Engedrada na mente
Expelida pela mão
Palavras em vão
Tentam transbordar sentimentos
Mas meu único ressentimento:
A rima fácil
Parece criação de menino
Que sou e tento esconder

Elaborando grandes idéias num vocabulário restrito
Cerceado pela linguagem
Desaguada pela vontade
De estourar ao menos uma barragem
Libertar o fluxo infinito das coisas
Sabendo que nosso Brasil
Não precisa mais
De mundos d'água

Sobrepondo tradições
Afogando as vidas de Javé
De tantos Zés, e Marias
Tendo como maior patrimônio
A história da lida
Essa sim
Vale a pena ser escrita
Já que são tantas as terras prometidas
Promessa de que da terra
Não se barram as vidas.

sexta-feira, 26 de março de 2010

É Manchete!

Ganhos recordes
Apesar da crise.


Aí eu te pergunto, e o Chico Science também:

"De que lado você samba?"

Ovo de Granja

Formado pela gorda galinha branca
Criado por uma grande estufa
Nascido de um calor artificial
Que é sua mãe natural

Mas, que mãe desnaturada
Muito desleixada
Não o ensina nada

Sem sentimentos
Desde o nascimento
Até a morte
Sua vida é uma sorte infeliz

Marcada pelo excesso e a ... frieza?!
O calor é em celsius
O frio está em sentir e ser, o que ser?

Um graúdo ovo branco
Semelhante a uma bola de golfe
Ou um saco congelado
De um peito hormonizado
Morto desde o começo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

A alma e o corpo

A alma e o corpo vão juntas visitar o paraíso
Não viole meu templo!
Se estudar meu estômago
Como comerei a maça envenenada?

Mas se eu for livre da carne
Poderei viajar sem massa
Não comerei a bela maça vermelha
Que adoça e mata
Conhecerei galáxias distantes num só instante
Infinito como o tempo
E a vida.

Impossibilidade.

Como é possível?
Acidentes, terremotos
Novelas, medo.
É impossível.
Tudo se repete
Nada se faz
Esconde no apartamento e lamenta o mundo cruel.
A crueldade é o hábito mais soturno e cotidiano da televisão.
Impossibilidade.
A era da impotência!
Somos brochas e o monstro que nos castra
É o medo do mundo que aceitamos.