quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tapete Vermelho

Abrem-se as cortinas
Atrás de um novo mundo
Descoberto na infância
Promessa de mostrar a sua criança, a graça

Bem chegado nas instâncias
De terras amigas do homem, das sucuris, dos lobisomens
Ciência não lhe faltou em discernir
Entre o negro saber e o poder da natureza

Caiu nas graças da praça, viola para massa
Trouxe um bocado que encheu o pouco bolso

Conheceram luta de não ter
Nem filme, nem terra
Sem humor, sem fumo
Tiro no escuro (a morte)
Roubo do burro, do filho perdido

Amarrado, pela fé
Preso não ficou
Em vida de buscas
Não tem barreira que barre burro brabo

Armado, viola na mão
Caiu nas graças de Aparecida
Partiu para o mundão

Nas avenidas da vida, ouviu o pastor
Casa de Deus aluméia
Casa de cinema, Mazzaropi prega peça
Meu menino aparece


Amarrado, de novo, tinhoso
Sonho que veio
Tapete Vermelho
Rara beleza de quem passa

Sem medo de ser velho
No mundo da simplicidade, cura da braba
Certeza da graça (Mazzaropi)
Concedida pela santa Aparecida

Sem medo de ser gente
Em terras oprimidas.


- Uma singela homenagem ao filme Tapete Vermelho.

3 comentários:

  1. melhor mais lírico e original que li de voce meu bom amigo. feliz eu fico ao ler só isso:

    não tem barreira que barre burro brabo.

    levo como verdade na vida.
    Agraciado pela arte.

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  2. bonito, dudu. fica a dica.
    tamo aí, né!
    :*

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  3. Esse poema; o filme, que vc me trouxe à memória tão singelamente; as pessoas que tenho encontrado nesse meu caminho de fuga e de encontros, tão bons encontros; me emocionam profundamente.
    Parabéns....e fica aí uma utopia (que busco sempre construir): a de estar sempre à caminha dos bons encontros, das "terras amigas do homem, das sucuris, dos lobisomens"

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